Chamados à Vida Consagrada Salesiana.


O salesiano em formação inicial é chamado a cultivar, intensa e positivamente, a experiência fundante de Deus. É na experiência do encontro pessoal com Deus que o salesiano encontra sua identidade religiosa. O Senhor nos chama a trabalhar na messe, sem medos e preocupações, pois a messe é grande e os operários são poucos. Para seguir Jesus Cristo radicalmente, há alguma exigência (renúncias) que Deus nos propõe, e também a Congregação Salesiana, para assim nos tornarmos, de fato, religiosos diferentes no mundo contemporâneo, em que vivemos; de fato, sermos pessoas diferentes, com o nosso estilo de vida e amor à vida consagrada e comunitária.
            Jesus fez um chamado radical a todos os seus discípulos, que o seguiam; especialmente àquele discípulo que quer sepultar seu pai, para depois seguir Jesus; só que Nosso Senhor respondeu: “SIGA-ME” (Cf. Mt 8,21). Para o salesiano em formação, o Senhor faz este mesmo convite radical. Esta escolha deve ser uma escolha profunda de Deus; assim, para o noviciado, nós, candidatos, devemos assumir o projeto que Deus nos deu, de sermos DOM BOSCO nos tempos atuais, à luz da vida consagrada salesiana; Deus nos chama a algo profundo e verdadeiro. Temos de ser livres e despojados de muitas coisas, para assumirmos esta liberdade do Senhor da vida, que nos chama para o reino consagrado.
Quanto mais livres, mais libertados somos;  por isto, nosso SIM é pessoal e único. O noviciado é considerado o tempo da formação mais importante, pois nos possibilita conhecer, amar e aprofundar nossa opção, a experiência de Deus e da vida na Congregação.
Ceilândia, 25 de julho de 2011, DF, festa de São Tiago, Apóstolo.
Sebastião Cesário da Cruz Júnior, pré-noviço.


Amadeo Cencini na Paulinas


“Cristo Crucificado por mim, eu Passionista por Ele.”


            Maria Madalena Frescobaldi Capponi nasceu em Florença, em 11 de novembro de 1771, cuja capital da Província era Toscana. A vida de Madalena Frescobaldi transcorreu num período atormentado da história.
Maria Madalena Frescobaldi Capponi, movida pelo Espírito de Deus, atraída por um profundo amor a Cristo Crucificado, ícone misericordioso do Pai e pelas juventudes marcadas pelas injustiças sociais de sua época, os pequenos, os pecadores e os ignorantes, encorajada por Pio VII, fundou em Florença Itália, aos 17 de março de 1815 uma casa que ela nomeava retiro para as mulheres que do pecado desejavam voltar a uma vida humana - cristã renovada e dedicar-se ao serviço exclusivo de Deus. Era uma mulher extremamente apaixonada por Deus e pela vida das pessoas; tinha um profundo amor a Cristo Crucificado, vendo que Jesus teve uma causa pela qual doou sua vida, ela também procura uma causa para doar a sua vida. Tem como Carisma, expresso com voto especial, “viver, testemunhar e promover a memória da Paixão de Jesus e das Dores de Maria. (Const. 2).
Inseridas na missão de Cristo, as Irmãs Passionistas testemunham o poder da Cruz na força do Espírito, empenhando-se a serviço da missão educativo-evangelizadora da Congregação na Igreja, para levar as mulheres exploradas, os ignorantes, os pobres, os pecadores ao coração de Jesus Crucificado”. A espiritualidade específica da Família Passionista é a conformidade a Cristo Crucificado, ou seja, “eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2,20). “Na Paixão de Jesus Cristo está tudo”; “esse é o caminho mais breve para se chegar à perfeição”; “no mar da Paixão de Cristo se recolhem as pérolas das virtudes”; “a meditação da Paixão de Jesus Cristo constitui o verdadeiro tesouro de que nos fala o Evangelho (Mt 13-14)”; “na meditação da Paixão de Cristo está à escola das virtudes, o alento nos trabalhos, a consolação nas aflições, o incentivo para todo o heroísmo, o bálsamo para todas as virtudes, o alimento da sólida devoção, o forno do divino amor”.
Maria Madalena Frescobaldi, a exemplo de Cristo foi testemunha e sinal vivo de Cristo na sua época, apóstola corajosa, aberta às perspectivas missionárias que animaram a todos e a todas que dela se aproximavam. Ela foi ao encontro das necessidades da Igreja para servir os pobres, guiando-os a Cristo. No rosto de cada pessoa, especialmente transparente pelas suas lágrimas e pelas suas dores, ela descobriu o rosto de Cristo transfigurado pela dor, pelo sofrimento. Ela semeou com mãos cheias sobre o caminho, obras de caridade e de amor, enxugou as lágrimas de quem chorava, sentiu o grito angustiado de tantos irmãos e irmãs que sofriam e ansiavam por Cristo.  Foi ao encontro de cada um como a boa samaritana.
Peço a intercessão de Maria Madalena, que seguindo o caminho de Jesus nas suas pegadas eu possa responder a esta não fácil, mas sublime vocação, permanecendo fiel e ancorada no essencial da vida religiosa que é o fiel Seguimento de Cristo, pobre, casto e obediente, que eu possa estar em contínua intimidade com o Pai, para realizar conforme a sua vontade em minha vida, a missão pela qual Ele está me chamando.  Passionistas – PAIXÃO PELA VIDA     

Andréia – Pré-Noviça Passionista

“BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE!”



A Assunção de Nossa Senhora é uma festa litúrgica mariana que, para as comunidades do Brasil, está ligada à semana dedicada à vocação à vida religiosa. Mas aquilo que cremos sobre Maria não se limita aos religiosos e religiosas: de alguma forma se refere a todos os homens e mulheres, à comunidade eclesial, ao povo de Deus. A glorificação de Nossa Senhora, sua realização plena em Deus, é uma vocação e uma promessa extensivas a toda a humanidade. Como Maria, todos nascemos para a glória e para o brilho e descobrimos que, olhando-nos nos olhos, Deus nos chama sorrindo pelo nome. Nela a pessoa humana em sua integridade – em corpo e alma! – é assumida e realizada em Deus. E esta é também uma proclamação clara e inequívoca da dignidade do corpo. “Bendita és tu entre as mulheres!” (Lc  1,42).
“Feliz aquela que acreditou!”
No Magnificat Maria aparece como uma pessoa humilde e humilhada. Lucas a apresenta como uma mulher que sabe ouvir a Palavra viva de Deus e que está pronta a dar o melhor de si para que essa Palavra se realize na história. Isabel acrescenta que Maria é alguém que ousou acreditar na força da Palavra e na fidelidade daquele que a pronuncia. Obviamente, não se trata de uma palavra escrita na Bíblia, mas de uma mensagem eloquente, escrita nos acontecimentos.
A humildade, a escuta e a fé estão intrinsecamente relacionadas e são as marcas fundamentais da personalidade de Maria. Se Deus pôde realizar grandes coisas nela e através dela é porque encontrou a base humana indispensável já preparada. Não fazemos bem quando idealizamos Maria a ponto de desumanizá-la completamente, tirando-a da história. Para fazer-se humano o Filho de Deus precisou de uma pessoa fundamentalmente humana, e não de criaturas angélicas!
Humildade, atitude de escuta e fé na ação misericordiosa e libertadora de Deus são os elementos que possibilitam uma vida feliz. É importante lembrar que o segredo da felicidade que todos buscamos não está na posse ou no consumo de bens, nem na fama ou no sucesso que alcançamos ou ainda no poder de atração que exercemos sobre os outros, mas na abertura humilde e profunda aos outros, ao futuro e a Deus. “Feliz aquela que acreditou...”
“Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes”
O Evangelho diz que, depois da experiência de ser amada e de receber a tarefa de dar à luz aquele que é a Luz do mundo, Maria vai apressadamente à casa de Isabel. Busca um sinal que confirme a parceria de Deus com os humildes e sua aliança com os pobres. Ela havia dado sua palavra Àquele que é capaz de fazer grandes coisas em favor do povo humilhado, mas nem tudo estava claro. A discípula se faz serva, a serva se mostra peregrina e a peregrina experimenta a hospitalidade na casa de Isabel.
Na casa de Isabel, enquanto Zacarias permanece mudo e à margem de tudo, duas mulheres louvam a Deus e profetizam. A discípula, serva e peregrina se transforma em profetiza destemida. Contemplando sua própria história e a epopéia do seu povo, Maria percebe e proclama a intervenção libertadora de Deus: ele dispersa os soberbos, derruba os poderosos, eleva os humildes e oprimidos, socorre seu povo e estende sua misericórdia a todas as gerações.
É importante não esquecer que Maria, esta mulher assunta ao céu, não é apenas uma humilde trabalhadora do lar, uma pessoa discreta que acredita em Deus, uma doce e recatada esposa de um carpinteiro. Deus assume em corpo e alma e eleva à glória do céu uma mulher que rompe com os costumes que menosprezam a mulher e a mantêm calada, que diz uma palavra profética na arena pública, que proclama uma revolucionária intervenção de Deus sobre a história.
“E bendito é o fruto do teu ventre!”
No encontro entre Maria e Isabel o corpo festeja e é festejado. É bendito o corpo feminino de Maria, assim como bendito é o corpo que ela carrega no ventre. Bendito é o corpo de Isabel, capaz de perceber a incontida alegria daquele que preparará a estrada para a chegada do Messias, e bendito é o corpo dos mártires de todos os tempos. Bendito é também o corpo dos humilhados e dispensados pelos sistemas fechados, mas desde sempre destinados por Deus ao brilho.
A festa da Assunção de Maria sublinha de forma contundente a dignidade do corpo, de todos os corpos. Mas é uma proclamação da dignidade especialmente dos corpos humilhados por uma cultura que os transforma em meios de produção, em objetos vendidos e comprados, em produtos expostos nas vitrines e passarelas, sem brilho e sem beleza. É também o reconhecimento da beleza e da nobreza dos corpos doentes e envelhecidos pelo tempo, assim como do corpo eclesial dos muitos e diferentes membros.
“Um grande sinal apareceu no céu...”
Mas é importante lembrar que Maria, sendo discípula e membro da Igreja, é também sinal e símbolo do povo de Deus, da imensa caravana dos homens e mulheres de boa vontade, sonhadores/as de um outro mundo. Sua assunção é um sinal e uma parábola da ressurreição que todos esperamos. O livro do Apocalipse sublinha este aspecto de sinal ou símbolo. Como ela, a humanidade está em trabalho de parto e, mesmo ameaçada por todos os lados, vai dando à luz um Homem Novo e construindo um Mundo Novo.
Não esqueçamos também um outro aspecto relevante: Maria simboliza uma Igreja com traços femininos. A Igreja é chamada a construir-se como corpo que acolhe, aquece, alimenta, ensina, respeita e favorece o crescimento e o amadurecimento dos filhos e filhas. Uma Igreja institucionalmente rígida, fechada, autoritária, legalista e doutrinária não tem pouca relação com a figura feminina de Maria. Seria uma Igreja fechada, que não crê, uma Igreja infeliz. Uma Igreja com nome feminino e corpo masculino...
 “O menino pulou de alegria no meu ventre...”
A festa da Assunção de Maria recorda e proclama que a Igreja, esse povo de Deus sem fronteiras definidas, formado por todos os homens e mulheres de boa vontade, é assumido por Deus como seu corpo e meio de ação na história. A Igreja precisa se compreender como povo de Deus em marcha, que não pode construir aparatos pesados porque não tem aqui sua morada definitiva. E precisa superar todas os sinais de exclusivismo, esta tentação de traçar fronteiras entre cristãos e não-cristãos.
É verdade que não há oposição irreconciliável entre o Espírito e as estruturas. Deus assume as estruturas e leis limitadas da história e das instituições para pôr em movimento sua obra libertadora. Mas cabe à Igreja avaliar constantemente seus instrumentos e estruturas, subordinando-os à ação e aos interesses de Deus e não aos seus próprios interesses e medos. Fora disso seu corpo se enrijece, envelhece, perde vitalidade. E se torna incapaz de promover salvação e liberdade.
Inspirada em Maria, a Igreja precisa criar espaços e condições favoráveis ao desenvolvimento de homens e mulheres maduros, livres, despojados, solidários e comprometidos com a salvação do mundo. Um corpo que se impõe pelo medo e pela lei está condenado à esterilidade e nunca terá a graça de sentir os filhos e filhas saltarem de alegria no seu ventre. É um corpo que não conhece a felicidade, um túmulo de homens e mulheres que não chegam a nascer verdadeiramente.
“A mulher fugiu para o deserto...”
Com a celebração deste terceiro domingo do mês vocacional iniciamos a semana que propõe a reflexão sobre o chamado à vida religiosa e somos convidados/as a refletir sobre o lugar e o significado da vida consagrada na Igreja e na sociedade. Como a de Maria, esta vocação não é externa e nem superior à Igreja: ela nasce no seu coração e está a serviço da sua missão. Como carisma específico do corpo eclesial, a vida religiosa está a seu serviço. Nasce de um chamado gratuito para servir gratuitamente.
Na sua origem da vocação à vida consagrada está a experiência mariana de um Deus que olha nos olhos e, sorrindo, chama pelo nome. Ou uma experiência como aquela de Isabel: o corpo estremece de alegria por receber inesperadamente a vivita de Deus na própria casa. Não se trata primariamente de um caminho de purificação moral ou de desprezo do mundo, mas de plenitude de uma graça que não cobra méritos: dar de graça aquilo que de graça recebeu. Rosa de Lima (+24.08.1617) ilustra isso de um modo magnífico!
Maria, profetiza corajosa, mãe amorosa e discípula fiel do teu Filho: intercede junto a ele para ele que as pessoas consagradas sejam ouvintes da Palavra, cresçam no serviço aos pobres e amadureçam na profecia. Que elas sejam fiéis ao chamado sea proclamar com a vida e com a palavra que nada pode ser colocado acima do amor pessoal a Jesus Cristo e aos pobres nos quais ele vive. E que elas e suas comunidades atuem preferencialmente nos desertos, nas periferias e nas fronteiras. Assim seja!
Pe. Itacir Brassiani msf

 









 



CONVOCAÇÃO PARA A ASSEMBLEIA

Queridos (as) Irmãos (as),
           
            Ressoa em nosso coração o chamado do Senhor, aquele que Ele mesmo fez a cada um de nós no peregrinar de nossa vida. E ao longo dos dias foi ficando mais clara a sua voz, que nos impulsionou a tomar atitudes cada vez mais comprometidas com o anúncio do Reino.

A Vida Consagrada hoje é convidada a desinstalar-se de suas seguranças para ter como única segurança: Cristo. Não tenhamos medo de seguir seus passos, mesmo que a realidade apresente faces obscuras, desânimos, crises, falta de vocações. Estamos em tempo oportuno para silenciar o coração e deixar que Deus faça a sua obra em nós.

            Estamos nos aproximando da XXXVII Assembleia Regional, momento especial da graça de Deus para o nosso regional, momento de escuta ao Senhor que nos fala por meio da entrega generosa de tantos consagrados(as) que aqui vivem e se doam. Momento de avaliar a caminhada, sonhar a novidade de Deus, perceber os sinais dos tempos para que a Vida Consagrada, de fato, testemunhe e amor de Deus e outros possam dizer: “vede como se amam”.

            A XXXVII Assembleia Regional Brasília será realizada nos dias 24 e 25/09/2011 na Casa de Retiro Assunção. Teremos como assessor Pe. Alfonso Carlos Palacio, da CRB Nacional que nos ajudará a refletir sobre a Leveza e agilidade Institucional, bem como sobre os desafios da Vida Consagrada nos dias de hoje.

            As inscrições para a Assembleia poderão ser feitas na Regional ou se preferir envie pelo e-mail: crbbsb@brturbo.com.br.



Aguardamos com alegria sua presença.
                                                 

                                                                           Ir. Teresinha Santin,mscs

Terceiro dia do Curso de Extensão


No Sábado, as atividades começaram com o café da manhã às 7:30.
Em seguida cada grupo se reuniu com os seus assessores. Professor Wilian com os Formadores, Irmã Lúcia Silva e o Frei Marco foram os assessores dos junioristas, Vanildes e Neimar assessores dos noviços e Pe. Carlos com os postulantes. Eles nos ajudaram a refletir sobre o seguimento a Jesus aprofundando nossos conhecimentos sobre alguns personagens bíblicos, como Abraão, Moisés e Jonas e  sobre que aspectos do segmento deles nos animam e/ou nos chamam à uma “conversão”. Dinâmicas, partilhas e trocas de experiência enriqueceram nosso dia que foi encerrado com uma divertidíssima noite cultural, na qual cada grupo preparou uma apresentação. Pra manter o pique contamos com o “reforço” da pipoca, do cachorro-quente, sucos, refrigerantes e sorvete. Foi sem dúvida um dia rico para cada um de nós.
 
Ir.Ana Karla, Juniorista Paulina   



“Corramos com perseverança, com os olhos fixos em Jesus.” (Heb 12,1-2)


Com alegria e esperança iniciamos nossa segunda etapa do curso de extensão módulo - II que tem como tema central: ESPIRITUALIDADE E MISSÃO À LUZ DA PALAVRA DE DEUS.
Para nos sentirmos bem e acolhidos (as) iniciamos o nosso primeiro dia de encontro com o canto de acolhida, acolhendo cada membro e congregação presente, em seguida invocamos a presença do Espírito Santo em nosso meio, pedindo as luzes necessárias e a abertura do coração para acolher em nosso ser a Palavra de Deus.
Para desenvolver o tema central contamos com a presença do nosso assessor  Pe.Thomas – Verbita, que nos alegrou com sua presença divertida e simples, mas que trouxe na sua bagagem, para partilhar conosco, uma grande riqueza, profundidade e experiência da Palavra de Deus
Ele nos chamou atenção para despertamos a paixão pela pessoa de Jesus através de uma intimidade e vivência da sua Palavra: Paixão no Seguimento, paixão pelo Reino.
Fizemos reflexões sobre a missão de Jesus e a nossa missão, dentro de alguns textos bíblicos, onde percebemos a ação libertadora de Jesus. Falou-nos que não é possível ser discípulo sem ser missionário, assim como não existe missão sem Jesus e nem Jesus sem missão. Todo o fundamento da nossa espiritualidade e missão é o conhecimento de Jesus, senti-Lo como uma presença transformadora e humanizadora.
Somos pessoas frágeis, por isso Deus com sua grandeza age em nossa fragilidade em nossa pequenez para manifestar o seu amor e a sua misericórdia para conosco. Deus não trabalha com aço, mas com fragilidade: “… este tesouro  nós o carregamos em vasos de argila, para que esse poder incomparável seja de Deus e não nosso.” (cf. 2Cor. 4,7).
Dentro da reflexão bíblica ele destacou quatro pontos importantes da vida e missão de Jesus:
·         BATISMO= identidade e espiritualidade/na missão;
·         TENTAÇÃO= discernimento;
·         SINAGOGA= programa de missão;
·         ATITUDE= ação.

Ele nos falou da importância do testemunho que devemos ser para o mundo, porque se a nossa vivência é espelho do mundo lá fora, sem o nosso testemunho, não tem sentido a nossa existência como pessoas que abraçaram a causa do Reino como Consagrados (as).
Dentro da sociedade e da realidade em que vivemos com o avanço da tecnologia, com o mundo do consumismo onde o ter, o poder e o prazer muitos vezes prevalecem, ele nos fez o seguinte questionamento para discutirmos em grupo:

·         Como se manifesta hoje na VRC as tentações do: TER, PODER E DO PRAZER?

Foi um momento muito importante de reflexão e de partilha, onde cada grupo conseguiu destacar como estas tentações, na maioria das vezes, nos atrapalham na nossa vida de comunidade e na missão e que estão muito presentes na nossa VRC. Para nós  é um grande desafio a ser enfrentado e superado, para que assim possamos ter uma vivência mais humanizada e humanizadora  dentro das nossas comunidades e na nossa missão.
Continuaremos caminhando com os olhos fixos em Jesus, pois o seu olhar é de hospitalidade incondicional que nos ama e nos acolhe com tudo que somos e que temos, mas, que nos convida a cada dia a uma mudança de vida, buscando a libertação de tudo aquilo que nos atrapalha e que muito vezes nos impedem de ver o rosto de Jesus no outro (a); liberdade para a missão que nos foi confiada.
“A nossa utopia deve ser: ouvir a vontade de Deus e pô-la em prática.”
Andréia Maria Ferreira Fonseca – Pré-Noviça Passionista

“CUIDEM DO REBANHO DE DEUS COM GENEROSIDADE...”

A vida é uma travessia e viver é caminhar. As travessias constumam ser perigosas e assustam. Há quem prefira evitá-las sempre, pois pensam que o risco do mar revolto não compensa. São pessoas que fecham os ouvidos a todo todo e qualquer chamado; padres que desempenham sua missão pastoral como uma atividade qualquer ou até como uma carreira; pais que se recusam a avançar na tarefa de repensar a forma de realizar essa exigente missão; fiéis que preferem as velhas e potentes imagens de Deus ao desafio de descobri-lo na brisa leve da luta pela justiça. Iniciando o mês vocacional e celebrando a vocação presbiteral, coloquemo-nos à escuta do Senhor e acolhamos a palavra que o velho e experimentado Pedro dirige aos presbíteros: “Cuidem do rebanho de Deus que lhes foi confiado, não por imposição, mas por livre e espontânea vontade, como Deus o quer, não por causa de lucro sujo, mas com generosidade; não como donos, mas como modelos para o rebanho” (1Pe 5,2-3),
“Sai e permanece sobre o monte, diante do Senhor.”
Os discípulos imaginavam um Deus indiferente às necessidades dos famintos ou suficientemente poderoso para resolver sozinho todas as dificuldades do povo. É a imagem de Deus que predomina nas diversas religiões. Mas Jesus revela-se um Deus compassivo com os pobres, um Deus que tem necessidade da nossa colaboração – nem que seja apenas cinco pães e dois peixes! – na sua ação libertadora. Ele nos convida a superar o medo e confiar na sua presença em todas as travessias.
Deus continua se manifestando aos que nele esperam. Ele não exclui nenhum lugar, mesmo os mais imporváveis. Deus se faz ativamente presente nos desertos que atravessamos hoje: na travessia noturna dos mares ameaçadores de um mundo que globaliza a exploração e ergue muros contra os migrantes; nas cavernas onde nos escondemos para fugir da profecia; na brisa suave da ternura das mãos que se estendem e dos corpos que se encontram.
A revelação de Deus pode ser percebida mais claramente nos movimentos de passagem: do Egito para a terra prometida; do centro para a periferia; da auto-suficiência para a entre-ajuda; do eu para o nós; da aparente segurança das cavernas para o descampado estimulante da montanha; do poder para o serviço; do peso das estruturas eclesiásticas para a leveza e a criatividade do Espírito. Parece que Deus não gosta de se estabelecer. Agrada-lhe mais o movimento que os templos.
“E gritaram de medo...”
As imagens de um Deus poderoso e ameaçador ainda não se apagaram da nossa memória. Ensinaram-nos que Deus se revela no poder destruidor dos terremotos, no fogo devorador das ideologias totalitárias, no mistério aterrador dos furacões, nos pesados decretos que comendam, na dura punição aos que erram. Deus seria onipotente, onisciente e onipresente, e quanto mais poder ou saber alguém possui, mais se pareceria com ele...
Diante de um Deus com estas características, caímos por terra ou gritamos de medo. E do ventre do medo não costuma nascer o amor que se faz dom mas a agressividade da autodefesa ou da dominação. Um Deus com tais traços é um fantasma, uma fantasia que se abriga nas pessoas que não superaram o desejo infantil de onipotência. E este fantasma, via de regra, está a serviço das diversas formas de dominação e de infantilização religiosa, econômica e política.
Como deixa claro o episódio de Pedro, o qual não escondeu seu desejo de participar da presumida onipotência de Deus e de caminhar sobre o mar, este desejo vem sempre ameaçado pelo medo. E é exatamente o medo dos ventos contrários e das diferenças que gera a dúvida e nos leva a afundar, tanto em termos humanos como espirituais. Isso soa como uma advertência aos padres, sempre tentados pelo sentimento de superioridade e pela vontade de vagar por cima da condição humana.
“Ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa...”
Elias debateu-se contra a visão de um Deus que se revela no poder e na ameaça. Ele teve que sair desta espécie de gruta fechada e se expor à suavidade da brisa para experimentar o verdadeiro rosto de Deus: um Deus que se manifesta como nuvem que ilumina os caminhantes na noite e os protege do sol durante o dia; que ouve o grito dos oprimidos se compadece dos famintos e humilhados; que se mostra mais como amor que como poder, mais como humilde sábio que como doutor.
O medo não nasce da verdadeira experiência de Deus, mas de uma imagem parcial ou confusa de Deus. É isso que vemos na história dos discípulos que deveriam atravessar o mar. A força do vento e das ondas que fustiga a barca como a tirania dos poderosos, somada à idéia de um Deus que caminha sereno e indiferente sobre as ondas, arranca-lhes gritos de pavor. E a dúvida sobre a divindade de um Jesus frágil e compassivo leva Pedro a afundar apavorado.
A experiência de Deus gera paz porque sua glória é sua infinita compaixão. Nele a Verdade se encontra com a Misericórdia e a Paz abraça e beija a Justiça. A Justiça faz a vez de caravana de batedores que o precede, e a Libertação ocupa o lugar do séquito que lhe presta homenagem. Deus não se manifesta no vento que ameaça; sua presença é sensível na calmaria. Ele é como um padre/pastor, cuja autoridade reside na mão estendida para orientar, proteger, sustentar e ajudar.
“Misericórdia e Verdade se encontram...”
Desde o inicio do seu ministério, o Papa Bento XVI vem enquandrando suas reflexões e propostas pastorais no conceito de Verdade. Numa das meditações sobre a vocação presbiteral, inspirado no capítulo 17 do evangelho segundo João, ele fala do padre como homem consagrado na Verdade e a serviço da Verdade. É uma bela perspectiva, mas comporta o risco de identificar muito facilmente a doutrina da Igreja com a Verdade eterna e a pregação do padre com a doutrina da Igreja.
Mas Bento XVI propõe prudentemente: “A nossa vida torna-se autêntica, verdadeira e também eterna, se conhecermos Aquele que é a fonte de todo o ser e de toda a vida. Assim a palavra de Jesus torna-se para nós convite: tornemo-nos amigos de Jesus, procuremos conhecê-Lo cada vez mais! Vivamos em diálogo com Ele! Aprendamos d’Ele a vida reta, tornemo-nos suas testemunhas! Tornar-nos-emos assim pessoas que amam e agiremos de modo justo. Então viveremos verdadeiramente.”
Além disso, na linha do Salmo 84/85, lembremos que, na perspectiva da ação de Deus que os padres são chamados e mediar, “misericórdia e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam”. Aqui não há lugar para um sacerdócio que coloca a fria justiça à frente d a paz condescendente ou dá prioridade à firme verdade doutrinal em detrimento de um relacionamento essencialmente misericordioso. Na vida do padre-pastor, misercórdia e verdade, paz e justiça devem andar de mãos dadas.
“Homem de pouca fé, por que duvidastes?”
Jesus insistiu muito na relação profunda entre a imagem de Deus e a figura do pastor. Podemos até dizer que a missão essencial de Jesus consistiu em revelar os traços de um Deus que age como um pai e como um pastor bom e generoso. Inversamente, podemos dizer que aos padres e pastores cabe a grave tarefa de ser uma espécie de sacramento de Deus para a comunidade de fé da qual ele mesmo é membro, de tornar visível e palpável a compaixão de Deus na terra.
Paulo lamenta que seus irmãos de raça e sangue tenham se apegado às leis, à religião, às instituições e às promessas como se fossem um privilégio que os colocam acima dos demais seres humanos e fora das peripécias e exigências da história. A filiação é um dom que carregamos como tesouro em um vaso de barro. Nem todos aqueles/as que ostentam o título de cristãos o são de fato. E, infelizmente, nem todos aqueles que se fazem chamar de padres e pastores o são realmente e em profundidade...
Deus, pai e mãe, presença amorosa e encorajadora em todas as humanas travessias: te pedimos hoje por estes homens que chamas para perto de ti, formas segundo o teu coração e colocas como pastores em meio ao teu rebanho. Tu conheces a generosidade e a ambiguidade, a coragem e o medo de cada um de nós. A tentação continua nos levando a te procurar no fogo, no terremoto, na ventania. Vem ao nosso encontro como calmaria! Socorre nossa pouca fé e cura as dúvidas do nosso coração e os desvios do nosso afeto. Ensina-nos a cuidar do rebanho que é teu, colocando-nos no meio dele e guiando-o como modelos de vida, e não como patrões e senhores. Assim seja!
Pe. Itacir Brassiani msf

Chegou a Hora!!! II Módulo do curso de extensão da CRB Regional de Brasília

         Iniciamos ontem (04 de Agosto), o segundo Módulo do curso de extensão da CRB regional de Brasília, com o tema: – Espiritualidade e Missão à luz da palavra de Deus.
Chegamos com a “bagagem cheia” com nossas esperanças, expectativas e entusiasmos.
Foi um momento propicio para “matar” a saudades daqueles que conhecíamos, bem como conhecer os novos que se integravam a nós. Mas era unânime, entre os veteranos e os calouros, o desejo de estar juntos e viver as maravilhas da Vida Religiosa.
Iniciamos com um belo jantar, tudo preparado com muito carinho para nos receber. Logo após o jantar, nos reunimos na sala de reuniões e fizemos, auxiliados pela nossa querida Ir. Lucia, uma dinâmica de entrosamento dando assim a abertura oficial do nosso encontro.
Orientados pela Ir. Terezinha, Presidente da CRB regional, realizamos um trabalho de grupo, afim de, tomarmos “pé” do “chão a qual pisamos”. Cada congregação presente pode mostrar em breves palavras sua missão e trabalho junto ao povo de Deus.
Encerramos nossos trabalhos do dia assistindo um filme, O limite, que nos deixou com bons e profundos questionamentos sobre nossa postura perante uma sociedade que às vezes massacra.
Assim, fomos ao nosso merecido descanso, mas na expectativa de saber o que nos esperava no dia seguinte. Por isso queridos irmãos e irmãs, acompanhe conosco, através de nosso blog, as noticias e fotos que postaremos para assim estarmos mais unidos na oração e na partilha.

João Carlos Ribeiro – Noviço Barnabita