SANTÍSSIMA TRINDADE: MISTÉRIO DE COMUNHÃO, AMOR E COMPAIXÃO.

Quando dizemos que Deus é mistério estamos nos referindo a um Aonde e a um Alguém que faz com que nos sintamos em casa, estáveis e seguros; que nos supera, envolve e protege de um modo absolutamente gratuito e acolhedor; que nos arranca de nós mesmos nos abre ao outro; que nos rouba a passividade e nos põe a caminho.  Ele é mistério porque, em sua profundidade, nos espanta e, ao mesmo tempo, nos seduz e nos leva além de nos mesmos e além do tempo presente. Bendito seja o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porque é grande seu amor por nós. Glorifiquemos o Deus que é, que era e que vem, porque nele está a fonte da vida e de todo bem. Deixemo-nos abraçar e envolver pelo Deus que se revela como comunidade de amor. Deus amou de tal forma o mundo que, no seu Filho e no Espírito, nos deu o melhor de si mesmo.
“Deus misericordioso e clemente...”
Que as palavras não nos assustem nem escondam o que há de mais precioso em Deus. Que a consciência de que ele é mistério inexplicável não nos impeça de pensar, imaginar e avançar. Se a noção mistério não tem força de sedução e não impulsiona a ultrapassar as fronteiras da compreensão, não serve para nada e, portanto, não pode ser aplicada a Deus. Dizendo que Deus é mistério, afirmanos a necessidade de não ficar nas palavras, a insuficiência dos conceitos, e não o vazio de sentido.
Não podemos agir como pescadores que se encantam mais com as próprias redes que com o mar! O mistério da Trindade não é uma questão numérica. O que importa não é a quantidade – três, quatro ou cinco! Deus não é uma equação a ser resolvida mas uma experiência de profundidade e de profundidade que nos é possibilitada. Deus é uma experiência de um Amor gratuíto que nos envolve por todos os lados, desde sempre, em todas as situações, com todos os nomes.
Quando intuiu este mistério inominável e inapreensível, Moisés “curvou-se até o chão”, prostrado pelo espanto de um abraço assim imerecido e desproporcional: descobriu que Aquele que dá sentido e substância ao nosso ser é “misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel”, lento e vazio de cólera e punição. Moisés imaginava encontrar Deus subindo a montanha e conservá-lo na lei escrita na pedra fria, mas eis que Ele se manifestou descendo e e caminhando no meio do povo.
 “Pois Deus enviou seu Filho ao mundo não para condenar o mundo...”
Um Deus que assim se revela e se esconde não tem prazer em limitar a liberdade e as possibilidades de vida das suas criaturas. Pelo contrário, cria e recria tudo permanentemente para que a vida seja sempre mais exuberante, para que todos possam viver bem, como nos lembram os povos originários. Ele é Pai e Mãe, ou vida que está na origem. Ele é Filho, ou vida que se entrega. Ele é Espírito, ou sopro vital e permanente que suscita e sustenta.
É insuficiente e falsa a imagem de um Deus pronto a punir o menor dos desvios daqueles/as que chamou à vida. É uma parcialidade culpável e mal-intencionada ensinar que Deus “não deixa nada impune, castigando a culpa dos pais nos filhos e netos, até a terceira e quarta geração” e, ao mesmo tempo, omitir que “ele conserva a misericórdia por mil gerações, e perdoa as culpas, rebeldias e pecados”. O próprio e original na revelação judaico-cristã é o perdão e a compaixão, e não a punição.
Deus é Pai e Mãe, ou vida e amor que nos antecede, Deus antes de nós. Deus é Filho, ou vida e amor compartilhados, Deus conosco. Deus é Espírito, ou vida e amor em nós, ou Deus em nós e em todas as criaturas, ao ritmo da história. E o amor se caracteriza por chamar à vida e dar proteção, e nunca por limitar ou diminuir a vida. “Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu filho único, para que todo aquele que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna...”
 “Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho Unico...”
Proclamando que nosso Deus é “tri-uno” estamos querendo dizer que ele não é solidão ou hierarquia, mas reciprocidade, paridade e comunhão no amor: Amante, Amado e Amor. Na Trindade se revela um Amor com rosto de pai-mãe, amor-fonte de vida; um Amor-dom com rosto de filho-filha, que é amor compartilhado e agradecido; um Amor-comunhão, com a força e o dinamismo de ambos. O Pai da tudo o de si ao Filho, no Espírito, menos sua paternidade; o Filho devolve tudo ao Pai e às criaturas, menos a sua filialidade; e o Espírito é o dinamismo vivo que suscita e sustenta este dom infinito e ininterrupto.
É verdade que dizer que Deus é Amor não ajuda muito. Esta palavra anda tão inflacionada como desgastada. Em nome dele se cometem loucuras e são feitas promessas que não duram mais que uma curta noite de verão. O amor é mais um verbo que um substantivo, e para falr responsavelmente dele devemos ter diante dos olhos o percurso histórico de Jesus de Nazaré: “sabemos o que é o amor, porque Jesus deu a sua vida por nos” (1Jo 3,16).
Suspiros românticos ou gestos de cortezia estão longe de expressar o significado do amor cristão. Amar é potencializar a vida, dar da vida pessoal e, em certos casos, dar a própria vida, como nos enisnou Dom Oscar Romero, São Luís Gonzaga (+ 21.06.1591). É isso que os evangelhos ressaltam na história de Jesus. Assim é Deus: um amor que envia; um amor que se deixa enviar e se entrega; um amor que é a comunhão entre aquele que envia e aquele que vem.
“Para que o mundo seja salvo por ele...”
No coração da melhor teologia desenvolvida pelo cristianismo está a convicção de que Deus não é um conceito a ser compreendido mais ou menos exaustivamente ou uma doutrina a ser aceita mais ou menos resignadamente, mas um mistério a ser adorado. A teologia, pelo menos a boa teologia, está a serviço da evangelização. Ou seja: a questão substancial não é compreender uma teoria mas salvar ou transformar as pessoas e o mundo.
Em Jesus Cristo, Deus se revela não apenas dizendo e ensinando algo sobre si mesmo, mas principalmente agindo, salvando: acolhendo pecadores, alimentando famintos, curando doentes, resgatando a cidadania dos excluídos. Assim, Jesus Cristo revela um Deus que não pode ser aprisionado na fria lei dos códigos de pedra ou de papel, que não assume a postura de um juiz distante e imparcial, mas um Deus que ama, que afirma o direito dos sem-direito, que age e julga em favor dos oprimidos.
Eis o caminho da Igreja, nascida para prosseguir a ação de Jesus Cristo: ser mais pastora que cuida da vida das ovelhas mais frágris e menos professora que ensina leis e doutrinas; sair do limbo dos princípios gerais e vazios e comprometer sua honra e sua influência na defesa dos grupos humanos ameaçados e explorados; engajar-se na urgente missão de salvar o mundo com a força do Evangelho e com os recursos do próprio mundo e evitar uma postura autosuficiente de julgamento e condenação.
“Sejas louvado e exaltado para sempre!”
Ao Deus Uno e Trino servimos eticamente, permanecendo no seu amor e prolongando-o criativamente. Na gratuidade despojada da oração e da celebração, vislumbramos os horizontes intocáveis da sua grandeza e dobramos os joelhos, tomados de espanto e gratidão. E então nosso louvor brota livre, belo e profundo, como uma forma estética do serviço a Deus. O verdadeiro ofício divino ou opus Dei está longe de se resumir ao recital cadenciado de velhos textos.
Daniel nos ensina a manter este louvor agradecido. Ele puxa a ladainha e pede que o acompanhemos num louvor que sabe repassar, como as contas do terço, as manifestações da bondade de Deus: na história dos nossos antepassados; nos homens e mulheres que mantêm a luta nos dias de hoje; na harmonia e na beleza do culto celebrado nos templos; na ousadia daqueles que governam e legislam com o povo e em seu nome; na grandeza do firmamento e na obscuridade misteriosa dos abismos...
“Bendito és tu, Senhor, Deus dos nossos pais!”
Deus querido e amável, Compaixão que não conhece ocaso, Abraço que não conhece limites, Comunhão que acolhe as diferenças, Amor que brilha no esvaziamento: glória a ti nas alturas celestes; glória a ti nos caminhos da história; glória a ti na intimidade das criaturas. Em ti somos, nos movemos e existimos. Tu és o ventre de onde viemos, o caminho que percorremos na companhia de tantos/as e a pátria pela qual anelamos. Ensina-nos a compartilhar o sentir e o pulsar dos irmãos e irmãs de todos os gêneros, gerações e rfeligiões. Que tua graça, teu amor e tua comunhão corram soltas nas veias das Igrejas e vençam as ameaças e punições, as leis e conceitos vazios, as hierarquizações e poderes. Assim seja!
Pe. Itacir Brassiani msf

Festa Junina

Estimadas Irmãs e Irmãos,

O Núcleo CRB Asa Norte, assumiu a BARRACA DO CACHORRO QUENTE E DA PIPOCA nessa festa junina da Escola Sagrada Família- Menino Deus. O Lucro dessa venda será revertido em prol da sede da CRB Regional.Temos também carnês de prêmios para serem adquiridos. Portanto, convidamos TODAS e TODOS se fazerem presente nesta festa bonita e colaborar para a arrecadação do que ainda nos falta para quitar a compra da sede CRB. Além de prestigiar a iniciativas das irmãs nesta escola.
Contamos com você!!!
Ir. Terezinha Santin,
Presidente CRB Regional Brasília.




Local: Escola Sagrada Familia - Menino Deus
           SGAN - Qd 915 - W5

Data: 18 de junho de 2011

Horário: Apartir das 15:00hs
           








 


Encontro PREPARATIVO para a Celebração da Vida Religiosa.

 Carrisímos Irmãos e Irmãs, Continuemos mantendo os olhos fixos em Jesus (Cf Hb 12,2).

                                                                                    
                 Assim, estamos sendo convocados a prosseguir em nosso itinerário, tendo presente que, qualquer que seja o ponto a que tenhamos chegado, continuemos na mesma direção, isto é, com os olhos fixos em Jesus.
Por isso, queremos através desta convidá-las/os para juntos, enquanto CRB e Colaboradoras, prepararmos  a nossa participação no  dia da Vida Religiosa, bem como tratarmos de outros assuntos do nosso interesse.
            
              Data: 27 de junho de 2011
              Local: Casa de Retiros Assunção – L2 Norte -611    
              Horário: das 9 h às 12h:30mim
              Almoço no Local
   
              Contamos com a participação de todas.  


Atenciosamente,
Ir. Terezinha Santin,mscs
CRB Regional Brasília

A DIVERSIDADE É UMA BÊNÇÃO QUE VEM DO ESPÍRITO SANTO.

A experiência do Espírito Santo é a culminância da caminhada pascal. Chegamos à celebração de Pentecostes depois de um percurso de descobertas e encontros com o Senhor ressuscitado que durou sete semanas.  Como a comunidade reunida em Jerusalém, pedimos que o Espírito renove em nós os prodígios que realizou no início do cristianismo, esperando que este Sopro de Deus nos dê respiro e vida, nos ensine a testemunhar e anunciar o Reino de Deus na língua das diversas culturas, amadureça nosso apreço pela diversidade, desmanche os muros que nossos medos e prepotências ergueram, abra as portas das nossas igrejas e nos empurre para a missão. E que ele suscite e sustente o enamoramento em todos os casais e nos desperte para o encanto escondido em cada criatura.
“Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.”
O Espírito Santo é dom, presença e força vital de Deus nas suas criaturas e nos caminhos da história. Ele suscita e sustenta a comunhão entre o Pai e o Filho; possibilita e mantém a comunhão dos cristãos entre si, como membros de um único corpo, e com Cristo como sua cabeça; abre todas as criaturas para uma interdependência e colaboração essecial e vital. Mas cumpre esta obra maravilhosa criando e sustentando a riqueza da diversidade.
Acostumados a uma uniformidade que simplifica e favorece o domínio, temos dificuldades de reconhecer o valor da diversidade. A revelação nos ensina que a diversidade é querida e desejada por Deus. Será que alguém ousaria duvidar que, no interior da criação, a diversidade de elementos químicos, plantas, insetos, aves, répteis, animais, gêneros, dias, noites, estações, etc. seja uma bênção? Você pode imaginar um dia sem ocaso, um inverno sem fim, uma floresta só de eucaliptos, uma humanidade composta só de homens e de brancos?
A própria diversidade de línguas e culturas é uma bênção de Deus e uma forma de proteger a humanidade. Sendo uma e única, a humanidade vê, sente, pensa, age, trabalha, crê, celebra e se comunica mediante diferentes linguagens. A imposição de um único modo de pensar e de se comunicar é meio caminho para construir impérios que asseguram a dominação dos mais fortes e espertos sobre os mais fracos. Por isso, o próprio Deus dispersa os povos e arruína o projeto de uma cultura uniforme.
“Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.”
Mas será que podemos afirmar algo semelhante em relação às religiões e Igrejas cristãs? Seria correto dizer que a diversidade de Igrejas e religiões é querida por Deus e uma bênção para a humanidade? E por quê não? Infelizmente, os mesmos grupos, movimentos e instituições que defendem a uniformidade cultural, o pensamento único, o imperialismo econômico e a supremacia da civilização ocidental suscitam e apóiam projetos religiosos excludentes e violentos.
Não este não é o caminho de Deus. Os evangelhos nos revelam que Jesus é muito aberto e tolerante em relação às diferenças religiosas: sendo um praticante do judaísmo, ele respeita o movimento samaritano e demonstra apreço pela postura religiosa de pessoas pagãs. Chega a dizer que o que importa não é a religião, mas a prática e a lealdade (cf. Jo 4,23). E as primeiras comunidades cristãs seguem o mesmo rumo, louvando a Deus pela experiência e pela vivência espiritual de gente de diferentes religiões.
Custou e está custando muito, mas o magistério da Igreja católica afirma hoje o valor positivo das diferentes religiões e Igrejas cristãs. Reconhece que, inseridas nas diversas culturas, as religiões procuram dar respostas válidas às questões fundamentais do ser humano, propondo caminhos de vida nas doutrinas, preceitos e ritos (cf. NA 2). E se reconhece unida às diversas Igrejas cristãs e seus fiéis mesmo quando não professam a integridade da fé ou não estão em comunhão com o Papa (cf. LG 15).
“Como é que nós os escutamos em nossa própria língua de orgem?”
Na evangelização e na pastoral, o dom e princípio da diversidade se expressa na inculturação. Não deixa de impressionar como o relato dos Atos dos Apóstolos insiste que cada um os diferentes grupos étnicos e culturais reunidos em Jerusalém na manhã do pentecostes escutam a pregação dos apóstolos na sua própria língua de origem (cf. At 2,6.8.11). É isso que causa espanto e admiração, além de uma certa confusão nas mentalidades muito arrumadinhas. O que impressiona é propriamente a diversidade!
Está claro que não se trata de um misterioso fenômeno psíquico, como esses que hoje são promovidos ao vivo em certas redes católicas de televisão. Por trás das palavras do relato está a afirmação do princípio da inculturação do Evangelho de Jesus Cristo. O Espírito Santo possibilita e exige que o anúncio e o testemunho de Jesus Cristo, assim como o diálogo e o serviço solidário que o acompanham, assumam a linguagem das diversas culturas e contextos.
Numa Igreja que se abre constantemente ao Espírito de Jesus Cristo não há lugar para ritos, práticas, linguagens, doutrinas, leis, estruturas e ministérios uniformes e fossilizadas. Mas como é difícil admitir, assimilar e, mais ainda, colocar isso em prática! Pior ainda quando, recorrendo maliciosamente ao respeito à diversidade, se procura impor um rito e uma língua que ninguém mais fala e que não consegue se livrar de uma história de imposição e intolerância.
A cada um é dada a manifestação do Espirito em vista do bem de todos.”
Uma expressão sifnificativa da presença ativa do Espírito Santo no mundo e nas pessoas são os vínculos de amor, amizade e solidariedade. Onde o Espírito é acolhido as pessoas isoladas se reúnem, os membros formam um corpo. É uma comunhão que ultrapassa os indivíduos e se estende às coletividades humanas, às organizações sociais e a todas as criaturas. O Espírito nos livra da desintegração, do amargo destino de ser um fragmento desarticulado, perdido no tempo e no estaço.
A força do Espírito está na raiz do dinamismo que une namorados, pessoas e gerações diferentes numa unidade familiar, étnica e nacional. Esta comunhão se amplia na comunidade eclesial, centrada na memória e na missão de Jesus de Nazaré. É uma comunhão que vai além das fronteiras de família, de etnia e de nação, um tecido costurado pela experiência de uma dignidade afirmada e de uma missão compartilhada. Aqui a diversidade dos membros não só é tolerada mas também promovida e celebrada.
É este dinamismo de comunhão suscitado pelo Espírito que aproxima e articula as diferentes comunidades cristãs e religiões. A diversidade de religiões e Igrejas cristãs não é apenas fruto dos limites e pecados da humanidade, mas também expressão plural do único Mistério de Deus que se autocomunica respeitando a diversidade cultural. Aqui também podemos dizer que cada religião e cada Igreja cristã recebeu o dom de manifestar o Espírito em vista do bem de todos.
“Como o Pai me enviou, também eu vos envio.”
Mas o Espírito Santo não se coaduna com o silêncio omisso, com o individualismo espiritual, com a submissão medrosa ou com a passividade irresponsável. O Espírito é a força de ação de Deus na história e a força da ação libertadora de Jesus Cristo. Ele nos é enviado como dinamismo missionário, como capacidade de gerar o homem novo e a nova sociedade: partilhar o pão, curar doenças, perdoar e acolher pecadores/as, anúnciar o Evangelho, denunciar as opressões, partir em missão.
Segundo João, os discípulos são enviados por Jesus Cristo com o “sopro” do Espírito para, como ele, “tirar o pecado do mundo”: superar e eliminar as práticas de dominação em si mesmos e nas instituições sociais, políticas e religiosas. E isso com sentido de urgência, sem preguiça, sem deixar nada para depois, pois o pecado que não erradicarem continuará produzindo seus frutos amargos. Nada de portas fechadas ou de braços cruzados! A afirmação da diversidade vai de mãos dadas com a missão!
“O que significa isso?”
Deus Pai justo e Mãe compassiva, fonte da abençoada diversidade, origem e meta da missão: como os nossos pais e mães, esperamos e suplicamos o precioso dom do teu Espírito. Que ele venha como vento que arrasta o pó acumulado nas velhas leis e estruturas, ritos e posturas. Que ele venha como vínculo de comunhão respeitosa e benfazeja de povos, culturas, religiões, Igrejas e movimentos. Que ele venha como um terremoto capaz de acordar e desestabilizar uma Igreja que dorme e se sente segura.  Que ele venha como gari que limpa o mundo da feiúra do pecado. Que ele venha com a suavidade da brisa que celebra a diversidade e revigora quem quase perdeu a esperança. Assim seja!
Pe. Itacir Brassiani msf

Reunião do GRAVEM

Queridos animadores e animadoras vocacionais,
a equipe do GRAVEM, convida a todos para uma reunião que acontecerá dia 12/06/11 (domingo) as 14:00 hs na cede da CRB Regional.
O GRAVEM, é o Grupo de Animação Vocacional e Missionário, e que trabalha em consonancia com a CRB regional de Brasísil, e tem o intuito de levar aos nossos jovens um pouco de nossas Congregações e carismas.
Mas é de suma importancia que apoiemos e participemos das atividades do GRAVEM, pois somos nós que o fazemos acontecer, por isso, conto com vocês na reunião de domingo.
Forte abraço a todos

ASCENSÃO: RECONHECIMENTO DA HUMANIDADE E DIVINDADE DE JESUS.

Em geral, ascensão lembra um movimento de subida, de elevação, de distanciamento e superioridade a um nível comum e geral. Seria isso o que pretendemos dizer quando proclamamos a ascensão de Jesus Cristo? Ele teria subido ao céu, afastando-se da terra e distanciado-se do comum dos mortais?  Mas a ascensão é também uma metáfora que ajuda a expressar a idéia e a experiência de ser destacado, promovido, e reconhecido. Parece ser este o sentido original e mais profundo da boa notícia pregada pelos cristãos a respeito de Jesus: a ascensão é uma outra forma de proclamar a ressurreição de Jesus de Nazaré, de afirmar que a pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra principal, de renovar nossa adesão a ele e nosso engajamento na sua missão.
“Para que conheçam a esperança à qual ele vos chama...”
Conhecemos pessoas que perderam a esperança própria do cristanismo: repetem ritos e mais ritos, movidas pelo medo e desejosas de aplacar a ira de um deus feito à imagem e semelhança dos ditadores sanguinários; somam terços, novenas e missas tentando fugir das armadilhas do mundo e ganhar uma suspeita eternidade; multiplicam rezas e devoções para evitar o compromisso com uma libertação que se realiza na história. Uma vida assim desventurada pode ser chamada de cristã?
São Paulo deseja que o Espírito Santo nos revele Deus em sua amável nudez e nos ajude a conhecê-lo em sua profundidade. Conhecer Deus assim como ele se revelou em Jesus de Nazaré significa reconhecer e assimilar a esperança para a qual nos chamou e a herança gloriosa que nos deixou: a de ser seu corpo vivo na história, corpo sob o qual tudo o mais foi colocado e acima do qual nada de significativo existe, fora o próprio mistério de Deus.
Este Jesus Cristo no qual cremos e em nome do qual vivemos não é um espírito que se compraz em esvoaçar acima do mundo. Ele compartilhou conosco a corporeidade e sentiu fome; experimentou conosco a busca e a sede; dividiu conosco a angústia e a ternura; provou como nós o mel do amor e o fel da traição; abriu conosco e para nós um caminho de vida no frio corredor da morte; espalhou sementes de liberdade nas terras infectadas pela erva daninha da indiferença.
 “Por que ficais aqui, parados, olhando para o céu?”
É mesquinha a visão que diz que a vida cristã se resume na aceitação resignada de uma doutrina, na harmonia simples e sedutora do cântico gregoriano, na beleza simbólica e profunda dos sacramentos, no suspiro pelo descanso eterno depois de uma vida atribulada. A vida cristã é muito mais que a contemplação extática da plenitude celeste. Os cristãos somos chamados a ser membros do corpo de Cristo, irmãos e irmãs na fraterna comunidade, sacramento da sua liberdade e profecia.
Os discípulos e discípulas de Jesus Cristo não podem resumir sua vida na simples contemplação de alguém que subiu ao céu, mesmo que este alguém seja o próprio Jesus Cristo. “Por que ficais aqui, parados, olhando para o céu?” Professando a ascensão de Jesus, a comunidade cristã quer ressaltar mais uma vez que aquele corpo humano e marcado pelo trabalho, este homem constestado e condenado é assumido e reconhecido pelo próprio Deus como a expressão plena e cabal de si mesmo.
Mas a ascensão não é algo que tem a ver apenas com Jesus de Nazaré. Ele é o primogênito de muitos irmãos e irmãs. Ele é a cabeça de um corpo composto de muitos e variados membros. À glorificação do primogênito segue a honra dos seus irmãos e irmãs, começando pelos considerados menores. À elevação da cabeça segue o reconhecimento da dignidade daqueles que realizam sua vontade. E isso não vale só para um futuro incerto: é fato e convicção já agora.
“Recebereis o poder do Espírito Santo para serdes minhas testemunhas...”
Isso significa também que a ascensão de Jesus Cristo não é apenas o fim de sua presença no meio de nós: é também o início de nossa missão em seu nome. A liturgia da ascensão está inteiramente focada nesta responsabilidade intransferível e inadiável da comunidade cristã. Profundamente convictos de que o Crucificado foi exaltado, os cristãos vencem o medo de tudo e se tornam testemunhas de Jesus Cristo no coração do mundo e nos pulmões da história. E, nesta missão, se recusam a reconhecer fronteiras políticas e culturais e não se intimidam diante da própria fraqueza.
Este testemunho, sendo uma forma de manter viva a memória de Jesus de Nazaré, tem força de transformação. Trata-se de ostentar em nosso corpo as marcas de Jesus Cristo: sentir o que ele sentiu; amar como ele amou; sonhar como ele sonhou; viver como ele viveu; servir os últimos e desafiar os poderes como ele fez. Ser testemunha é anunciar Jesus Cristo e defender aqueles por quem ele deu a vida, é atestar a veracidade do seu caminho e a beleza do seu projeto de vida.
Mas este testemunho não é apenas uma questão de vontade ou de mera imposição. É o próprio Sopro de Deus que nos faz testemunhas: aquele mesmo Espírito que cria tudo a partir da massa informe e vazia; que transforma um monte de ossos secos num povo que caminha e luta; que gera vida no ventre virgem de uma mulher; que une num mesmo objetivo os diferentes membros do corpo; que suscita a profecia num grupo de medrosos e torna ativa e frutuosa uma comunidade antes dependente.
“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.”
Como comunidade de irmãos e irmãs, este povo novo que chamamos Igreja, é constituído testemunha “em Jerusalém, na Judéia, na Samaria e até os confins do mundo”. Aqui e em todos os cantos da terra. A missão não tem fronteiras, o testemunho não conhece limites. Ser missionário é sair de si, apenas sair de si, mas sempre sair de si. E isso supõe deixar de pensar que somos maiores e melhores que os outros. E ter presente que o que temos a oferecer é um caminho de discipulado, de busca de Deus e seu Reino.
A referência da missão não somos nós individualmente, nem simplesmente a Igreja. Somente em Jesus Cristo repousa a autoridade no céu e na terra, e diante dele todos dobramos os joelhos. E não esquecemos que esta autoridade lhe vem da fidelidade até à cruz, e não da submissão à lógica do mundo, como lhe fora proposto pelo tentador (cf. Mt 4,8). É dele que recebemos a ordem de partir mundo como ovelhas entre lobos, como embaixadores de um novo céu e uma nova terra.
A palavra de Jesus Cristo atesta que sua ascensão não é um movimento de distanciamento em relação aos seus discípulos e discípulas, nem uma fuga do mundo e das suas tensões e disputas. “Estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos...” Todos os dias! E até que este mundo, graças à ação suscitada e sustentada nos cristãos pelo Espírito Santo, dê lugar a um outro mundo, àquele mundo sonhado e desejado por Deus desde sempre, ao Mundo Novo que é a finalidade da criação.
“Aclamem a Deus com gritos de alegria”
A ascensão de Jesus é a realização do cântico de Maria: Deus mostrou a força do seu braço elevando os humildes e derrubando os poderosos. É a confirmação da ensino de Jesus: os últimos para o mundo são os primeiros no Reino de Deus. É a validação da nossa esperança: a justiça e o amor são mais fortes do que a morte. É a mais nobre proclamação da dignidade dos sem-dignidade. É a descoberta da continuidade da missão de Jesus mediante o engajamento generoso daqueles/as que nele acreditam.
Que o Espirito Santo nos ajude a conhecer Deus em profundidade e nos liberte da tentação de reduzí-lo à pequena dimensão dos nossos medos e interesses pessoais e eclesiais (tão em moda ultimamente!). Movidos pelo Espírito, aclamemos com alegria jubilosa a manifestação de Deus na humanidade de Jesus de Nazaré e na comunidade dos discípulos e discípulas que ousam viver e agir em seu nome. Que ele ajude a Igreja a descobrir sua condição de corpo de Cristo, subordinada e obediente somente a ele.
Deus Pai e Mãe, mistério de amor que acolhe e envia, que gera comunhão e dispersa em missão, que une compaixão e justiça: aqui estamos reunidos/as para pedir que em nós se cumpra tua promessa. Envia à tua Igreja e a cada fiel o fogo do teu Espírito. Faze de nós uma comunidade em missão, um povo que congregue no seu seio todos os homens e mulheres de boa vontade, que seja uma imensa caravana empenhada no resgate da cidadania e da dignidade dos teus filhso e filhos, em todos os quadrantes da terra. Ajuda as Igrejas que nasceram do lado aberto do teu Filho crucificado a buscarem a unidade, sem superficilismos e sem desculpas. E não nos deixes cair na tentação do cinismo imperialista, da violência terrorista, da intolerância punitiva, da concorrência odiosa, da acomodação esterilizante. Assim seja!
Pe. Itacir Brassiani msf